Dom Mauro Montagnoli
Bispo de Ilhéus / BA

Para enfrentar este estado de coisas emergem algumas urgências na evangelização que devem estar presentes em todos os processos de planejamento e nos planos de pastoral das igrejas.
Os Bispos afirmam: “A Igreja no Brasil se empenhará em ser uma Igreja em estado permanente de missão, casa de iniciação à vida cristã, fonte de animação bíblica de toda a vida, comunidade de comunidades, a serviço da vida em todas as suas instâncias” (Diretrizes Gerais da Ação Evangelzadora da Igreja no Brasil – DGAE 2011-2015 n. 29). Esses aspectos estão sempre presentes na vida da Igreja, pois se referem a Jesus Cristo, à Igreja, à vida comunitária, à Palavra de Deus que junto com a Eucaristia são alimento para a fé e para a vida plena com Deus. Por isso, todos os cristãos católicos devem estar comprometidos com a vivência e a prática dessas urgências.
“Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10) resume toda a missão de Jesus e, por conseguinte, toda a missão da Igreja. Isso implica em que todo cristão deve assumir atitudes que, através de práticas concretas, ajudem a desabrochar e florescer a vida. “Em tudo isso, a Igreja reconhece a importância da atuação no mundo da política e assim incentiva os leigos e leigas à participação ativa e efetiva nos setores diretamente voltados para a construção de um mundo mais justo, fraterno e solidário” DGAE 2011-2015 n. 71).
Mas, não basta somente incentivar e impulsionar os fiéis leigos e leigas à participação política. É preciso que eles e elas encontrem na Igreja o apoio necessário para poderem cumprir plenamente com essa missão. A partir do conhecimento da vida do candidato e da sua participação e compromisso com a sua comunidade cristã paroquial e eclesial é preciso que as forças se unam para podermos ajudá-los a galgar postos na vida pública que possibilitem a implantação dos valores Reino de Deus.
Neste ano de eleições precisamos conhecer bem a vida pregressa dos candidatos, saber do seu compromisso com a vida das pessoas e com a comunidade eclesial e dar-lhes o respaldo necessário.
Em meio a tantas propostas precisamos examinar bem quais correspondem com os valores do Reino de Deus e apoiar quem sempre manifestou coerência na sua opção de vida na igreja e na comunidade.
Reclamamos tantas vezes que políticos se aproveitam do bem público em seu benefício próprio ou e grupos. Nas eleições temos a oportunidade de eleger aqueles candidatos que realmente mostram com sua vida particular e pública o comprometimento com a missão de Jesus.
Bons ou maus governantes é a gente que escolhe. Para o cristão católico, participar da vida política do municipio e do país é viver o mandamento da caridade como real serviço aos irmãos, conforme disse o Papa Paulo VI: “A pólítica é uma maneira exigente de viver o compromisso cristão ao serviço dos outros” (Octogesima Adveniens, 46).
Sabemos que o partido político é condição necessária para o exercício do mandato. Mas, devemos também levar em consideração, em primeiro lugar, a vida pessoal e compromisso eclesial do candidato ou candidata. O critério fundamental, é, repito, o compromisso da pessoa com os valores do Reino de Deus.
A ética social cristã não é opção para alguns, mas exigência para todos. Ela é contribuição própria do cristão católico para a construção da sociedade justa e solidária.
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