
ACI
Irmã
Teresita, uma religiosa cisterciense espanhola de 105 anos, que vive no
Mosteiro de Buenafuente, na comunidade autônoma de Castilla-La Mancha,
assegurou que no claustro “não se pode ficar entediada, por que se não você termina mal” e que “como poderia estar aqui 86 anos sem ser feliz?”.
Em
uma entrevista Telefônica com o jornal espanhol Correo, a religiosa,
batizada como Valeriana Barajuen González de Zarate, em 16 de setembro
de 1903, assegurou que “a vocação é uma coisa muito grande e a
perseverança não é menos”, embora tenha lamentado que muitas vezes “a
vida de conforto prevalece sobre o ‘chamado’”.
Irmã Teresita ingressou no mosteiro aos 19 anos, depois de discutir com sua mãe, para agradar o seu pai, recorda.
“Fomos
ver a padroeira de Álava, a Virgem Branca, e lhe pedi a vocação de
Santa Teresa”, recordou, deixando para trás “três namorados”.
Entretanto, para a religiosa, “ainda que eu tivesse me casado com um príncipe não seria mais feliz que agora”.
“Eu queria a clausura e não uma comunidade de vida ativa”, assegurou ao jornal espanhol.
A
religiosa, que chegou a ser abadessa do mosteiro, lembrou que até a
guerra civil espanhola, na década de 1930, “a vida era muito diferente.
Estávamos as monjas de coro, que trabalhávamos pela comunidade e as
leigas. E meu pai dizia que as monjas não trabalhavam!”.
“Sempre
foi tudo muito austero”, assinalou, recordando que “mudávamos o hábito
uma vez ao mês e o ferro de passar roupa era um pequeno luxo, não como
agora”.
A
religiosa saiu do convento em duas ocasiões. A primeira durante a
guerra civil, para acompanhar suas irmãs ao médico, e em agosto de 2011,
para saudar pessoalmente ao Papa Bento XVI, durante sua visita a
Espanha com ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Durante a viagem a Madri, a religiosa manteve os olhos fechados quase todo o tempo, para que nada a distraísse.
Apesar
de sua avançada idade, Irmã Teresita se mantém informada sobre as
notícias do jornal, com o que ficou sabendo da crise econômica e outras
coisas e “a coisa da política”.
“Tenho que inteirar-me, não me vem mau, pois me dá mais motivo para rezar”, assegura.
Irmã
Teresita envia sempre “anjos em lugar de orações” às pessoas com as que
se encontra ou conversa, porque “os anjos se entendem com tudo”.
A
religiosa acorda todos os dias às 5:00 da manhã e vai dormir às 10:00
da noite, dedicada à regra beneditina de “ora et labora”, reza e
trabalha.
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