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segunda-feira, março 26

JOVEM, IGREJA E SOCIEDADE: EM BUSCA DE UMA IDENTIDADE POSSÍVEL


            Stuart Hall, estudioso preocupado em trazer discussões que enveredam o homem no contexto da pós-modernidade, faz a seguinte indagação: “Quem precisa de identidade?”. Daí percebe-se o contexto que nos leva à reflexão: a raça humana precisa de identidade? O que é, de fato, identidade? Ora, quando, a priori, se busca uma explicação mais precisa para essas indagações, é possível trazer à tona a figura do jovem. Em meio ao desabrochar de tantas pétalas que murcham em um paradigma social perverso, a juventude acaba traduzindo uma incapacidade constante de possuir uma identidade que, aos olhos da igreja e da sociedade, possa fluir um estado de valor.
            Sabe-se que grande parte do jovem ainda se encontra disperso quando o assunto é viver e propagar as ações que bendizem o ser igreja. Não se pode, todavia, radicalizar e dizer que a igreja é a única entidade e espaço contributivo para resultar na boa identidade do jovem. Temos algo a mais. Se pode ser entendida como algo mutável, pois ninguém detém de uma única e estável, a identidade pode ser manifesta por meio daquilo que transmite a imagem ou visão prévia de um ser, coisa ou espaço. É a igreja, no entanto, que pode induzir a mente de cada jovem a trilhar um caminho certo, pois, quando não se tem um norte e um direcionamento, tudo que possibilite orientação contribui para disseminar o bem em seus mais diversos níveis de convivência pessoal e social. A igreja, portanto, pode exercer esse meritório papel.
            No intento em que se rasga o véu idealizante da personalidade de cada jovem nos excertos sociais, deduze-se que não é a sociedade unicamente que direciona o jovem às vias do caos. Mas mais que isso: São os próprios jovens que constroem essas vias e sinalizam-nas para que outros jovens possam viajar pelas travessias do perigo, da dor, do desprezo e dos sentimentos que não trazem a plena benevolência. Fica notório, então, o poder de escolha: uma vez que se têm algumas veredas, cabe a cada indivíduo elencar qual delas seguir. Entre o bem e o mal, o bom e ruim, há sempre decisões a serem tomadas e elas implicam, outrossim, nas identidades que passam a ser formadas.
            No momento em que se pinta o rosto do jovem nas telas das convivências sociais, o que se percebe é uma imagem que ora é perpassada pelo equilíbrio, pela integridade, ora é traduzida pelo fascínio das coisas mundanas consideradas fáceis e baratas. Se, porventura, cada jovem lançasse a pergunta no íntimo de seu ser: Que tipo de jovem eu sou hoje e agora? A resposta se encontra expressa no comportamento de cada jovem, na maneira como ele age, pensa, se expressa, se vê ou não como possuidor de uma identidade. Como já foi expresso que não há identidade fixa, mas identidades possíveis, tem-se, portanto, a iniciativa de cada jovem procurar construir, ao seu modo e pelas movências da sociedade e da igreja, um traço identitário que represente sua personalidade enquanto cidadão e enquanto cristão.
            Em suma, construir a identidade do jovem é entender os diversos papeis que se completam e se manifestam no, pelo e para a relação sociedade-igreja. Da mesma forma que o foco identitário é tido como algo transitório, o perfil do jovem também o é. A feição juvenil, nesse sentido, passa a ser representada na maneira como ela atua na sociedade e encontra na igreja o salutar de uma crença movida pela esperança, pelo respeito e pelo bem-estar, fatores capazes de edificar uma identidade possível do jovem contemporâneo.


Jocenilton Costa
(Graduado em Letras/Português pela UERN e mestrando em Estudos do Discurso e do Texto pelo PPGL/UERN)

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